vestir, o menino-’ndio mais velho fez sinal que n‹o. E fez outro sinal, pra eu tirar o que eu j‡ tinha vestido. E eu tirei. O menino mais novo apareceu com uma tigela, cheia de sementes vermelhas, da mesma cor que as pintas que eles tinham no corpo. E os dois comearam a me pintar. As costas das m‹os. O peito. As coxas. O queixo, a testa e as bochechas. Tudo foi ficando cheio de pintas vermelhas. Pena n‹o ter espelhos pra eu me ver por inteiro. T‡ certo que eu era um pouco mais claro do que os outros meninos, mas fora isso n‹o tinha muitas diferenas entre a gente.
Pelo menos por um segundo em me senti ’ndio de verdade. E foi muito bom. Era como se de repente eu n‹o fosse s— um menino. Eu tambŽm era um pouco jacarŽ. Jaguatirica. Aranha. Formiga. Passarinho. Macaco.